domingo, 30 de novembro de 2008

Fuga do Campo de Concentração

Berlim
Depois de séculos de atrocidades, de guerras sem fim, de ranço de manteiga como xampu, piadas sem graça e péssima culinária, os alemães decidiram ficar bonzinhos: o Instituto Goethe oferece, no geral gratuitamente, atrações culturais pela cidade de Berlim, muitas delas ciceroneadas pelo folclórico Matthias Rau, a quem simpaticamente chamamos de "unser Führer". Aqui na Alemanha as pessoas são seqüeladas com o passado e para guia turístico hoje soa melhor Leiter do que Führer. Rau passou a maior parte da vida no bairro de Prenzlauer Berg, onde, segundo ele, havia um forte movimento de resistência ao regime comunista da Alemanha Oriental, do qual teria feito parte. De fato, Rau foi uma das primeiras pessoas a ralar peito pro Oeste quando o Muro caiu. Agora não posso deixar de fazer a crítica dessa tendência de, após dez, vinte anos da derrocada dum regime que se torna quase que unanimamente estigmatizado, encarar qualquer ato como resistência. Se o escravo peidava no Império, era resistência, queria mostrar ao senhor que ambos respiravam o mesmo ar e tinham as mesmas necessidades... Mas como explicar os quase um milhão de colaboradores da Stasi?
Já que falei do Muro de Berlim, a melhor maneira de reconhecer algum turista é a face de espanto e de dúvida que se lhe apodera quando ao deparar com qualquer parede de concreto pichada, seja dum prédio, da linha do trem, duma escola...
Temos ido muito a museus e devo confesar que, sempre que vejo o pessoal fazendo fotografias nas seções dedicadas ao período de 1933-1945, minha neurose vê ali um cripto-nazi. De fato, é impossível andar por estas ruas sem deixar de sentir algo de pesado e assim, pelo visto, continuará por alguns séculos: os francês conhecidos por Pierre, bebedores de vinho; os italianos como falastrões, mafiosos, amantes de ópera e massa; os russos alcoólatras; os latinos (indistintamente) sensuais e supersticiosos; mas aos alemães, querendo ou não, as lembranças de suásticas continuarão e continuarão.
Hoje fizemos um passeio recomendado às crianças: fomos ao campo de concentração de Sachsenhausen, em Oranienburg, cidade nas cercanias de Berlim, que dá nome à famosa rua de Oranienburger Straße, conhecida por sua atmosfera boêmia, a Lapa berlinense -- isto é, o circuito dos botecos e da prostituição. Sachsenhausen nem de longe é tão notório como Auschwitz, Buchenwald, Terezín ou outros parques de diversões do período, mas aqui pereceram quase cem mil vidas. Não bastasse a matadeira nazista, os soviéticos, para acabar de vez com as energias positivas do lugar, malandramente aproveitando as instalações, mantiveram até 1950 o seu próprio campo de concentração para prisioneiros políticos, o que sob o stalinismo podia ser o fulano que reclamou que o pãozinho francês estava dormido. Para os que acreditam em feng shui, sem dúvida alguma construir uma casa em Sachsenhausen, a poucos metros dum campo de concentração, está fora de cogitação. No entanto, há várias casinhas, como se fossem de bonecas, nas imediatações da antiga fábrica de saponáceos.


Já de cara com o campo, lê-se a famosa frase Arbeit macht frei ("O trabalho liberta"). Levando-se em conta que os nazistas a julgaram conveniente para pôr nos portões de estâncias turísticas como Treblinka, é de perguntar-se sobre quão perversa seria a natureza do trabalho, cuja origem etimológica aliás está num instrumento de tortura. Argumentum ad Hitlerum, eu sei, eu sei...



Só sei que deu para sentir nalguma medida a condição dos internos, porque fazia um frio do cão, estava faminto e implorava por descanso. E, enquanto isso, nosso guia, o cruel Jaiminho, ele próprio um judeu sobrevivente do Holocausto, empurrando sua bicicleta "para evitar a fadiga", parava em cada lugar para falar alguma coisa:

- Essa estela relembra a morte dos soldados inglesses que aqui estiveram confinados e que...

- Diante dessa árvore fulano foi fuzilado e...

- Naquela esquina conheci minha esposa....

Só sei que por volta das 15:30 o grupo já se havia desmontado e eu saí atrás dos cornos que conheço, pedindo ao guia que me esperasse. Após rodar uma parte do campo - que naturalmente é grande pacas - não só fiquei perdido dos meus colegas, mas também do guia. Resultado: quedei abandonado numa campo de concentração. Cagão que sou, devo confessar que não foi sem alguma calça-frouxice que vaguei sozinho por entre as celas dos internos.

Pedindo arrego daquele lugar escabroso (usei o adjetivo porque há anos não o emprego), saí correndo de volta à estação de trem, onde fiquei a esperar o povo multinacional.

(Brasileiro é foda: como já esperado, não foram poucos os que tiraram fotos rindo como se estivessem na praia.)

O frio bizarro que fez hoje, no meio do campo aberto, foi a terceira adversidade que encontrei até agora. A primeira foi a Escada da Morte desta casa de Tempelhof. Faceiramente na terça-feira, enquanto ia alegre para minha aula, carregando o notebook na pasta, nos últimos quatro degraus tomei um estabaco 9,8 na Escala Richter. Não só derrubei a pasta como dei um carrinho numa bicicleta que caiu com esporro de explosão atômica. Quando me levantei, sob os olhares assustados duma velhinha, paciente da Frau Mehl, fingi que estava tudo bem, que nada havia acontecido, que no Brasil é o costume local em matéria de descida de escada. Só sei que merdalhança não foi mais dramática porque não derrubei o vaso Ming com as cinzas do pai da anfitriã.

A segunda adversidade é a câmara vagabunda que não funciona direito à noite. Conjugando isso à minha inépcia fotográfica, resulta que preciso bater mil fotos para obter uma que preste minimamente e, dessas, apenas uma em dez é publicável. Para terem idéia, a foto abaixo não foi tirada dum experimento com partículas subatômicas nem duma pintura abstrata:


Esse omelete de luzes, meus caros, não passa do harmonioso Portão de Brandemburgo, desfigurado por minhas lentes.

Descoberta interessante que fiz em Berlim foi a importação dum clássico da arquitetura suburbana: os caquinhos de azulejo! Num banco de praça infantil em Prenzlauer Berg encontrei-os como se estivesse num logradouro como o fétido Largo do Bicão!
E agora, senhores, o mais importante. Algumas boas fotos, creio...


"O capitalismo normatiza, destrói, mata", foto tirada naturalmente em Berlim Oriental. Também morando num prédio desses até Adam Smith seria contra o capitalismo.

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Virei uma espécie de Utrillo das fotografias: árvores secas, céu nublado, luzes geladas, ruas vazias. Para conseguir o nível Atkinson Grimshaw dependo de aprender a usar o modo noturno da câmera!


quinta-feira, 27 de novembro de 2008

O Terceiro Gigante no Centro de Berlim

Berlim

Na segunda, após os trâmites burocráticos que o primeiro dia exigiam, tirei a tarde para dar uma primeira conhecida no centro histórico de Berlim. Meu intento foi frustado, porque há alguém aqui que não colabora: o Sol, este corno. Por esta época ele só vem dar as caras por volta das 08:00, sobe meio metro no céu para dar um tchauzinho e dizer "Fica com frio, seu babaca!" e então às 16:30 se encontra afundado na terra. Menos de nove horas diárias de sol, ou melhor, de luz, pois a maior parte do tempo o céu está nublado.

Como sou um cara muito inventivo ontem tirei para fazer um programa altamente alternativo, que certamente nenhum dos turistas que vem a Berlim jamais pensou em fazer: o Portão de Brandemburgo!
Como a maior parte desse centro fica na porção que pretencia a Berlim Oriental, não era de admirar que, cedo ou tarde, se trombe com os três gigantes do socialismo científico. Podem constatar na foto abaixo.



Aqui, embora haja algo claramente algo que nego chame de Ostalgie, mistureba de Nostalgie ("nostalgia") com Ost ("leste"), o fato é que toda caboclada oriental esculacha o período comunista. (A propósito da foto, reparem que há pichações no chão.)


A despeito de as câmeras hoje em dia fazerem tudo para que o pobre do usuário tire uma boa foto, menos ainda escolhendo o que fotografar, o fato é que tirei fotos péssimas. Abaixo apenas uma galeria das mais aurstíusticas!



Não se trata dum quadro de 2001; é apenas uma das placas de concreto que forma o memorial aos judeus mortos na 2ª Guerra Mundial. Mó coisa de morde e assopra, do tipo, matamos todos nossos judeus, resolvemos nosso problema e agora fazemos mea-culpa, mas...





E naturalmente a foto mais bonita de todas, com cara rosa de gente saudável e tudo (prova de que não passo fome ainda -- salve Alá pela imigração em massa de turcos!).


terça-feira, 25 de novembro de 2008

Pobremas téquino

Berlim



No domingo, assim que cheguei ao aeroporto de Barajas em Madri após um vôo de quase dez horas (metade das quais com gases inflando minha pança feito um balão -- vide por gentileza hipótese infra), a primeira coisa que tentei fazer para matar as seis horas entre os vôos foi escrever um relato diretamente da capital espanhola, mas, ao contrário de todas minhas expectativas, não havia rede uaifai no prédio, cuja sofisticação. aliás, mesmo num país norte-africano, só fez apequenar minha cucaratchice.

Em verdade, a primeira coisa que fiz em Barajas foi, em protesto contra o mal-tratamento dispensado aos nossos concidadãos, introduzir um emigrante ilegal nos banheiros do aeroporto. Sim, sim, caro leitor, estranhe sim essas confissões escatológicas dalguém tão circunspecto como eu, mas julgo o fato digno de nota, pois normalmente os vôos mexem com a saúde da minha flora intestinal. A explicação, creio, estar no fato de que, a tantos mil metros de altitude, a pressão do ar diminui e, por mais que a cabine seja pressurizada, há sempre alguma diferença com o nível do mar; você, camarada esperto, se lembrar das aulas de Física e da Equação de Boyle, verá que quem necessariamente nessa situação tem de se expandir é o pobre do gazinho aprisionado na sua pança... E para desbancar qualquer veleidade duma superioridade no comportamento da gringalhada -- pois que o vôo era composto basicamente de europeus ou aspirantes -- houve quem desapiadamente soltasse uma bufa, com o agravante de tê-lo feito no ar rarefeito!
Cheguei em Berlim por volta das 20:00, o que não só significa que estava escuro, mas também frio. Não usarei a famosa locução adverbial de que alguns brasileiros lançariam mão para qualificar o clima (i.é. "pra caralho"), porque (espaço para a incredulidade geral), embora fizesse 1º C, o frio era plenamente suportável com um fuleiro casaco de moletom comprado na Senhor dos Passos. Quem se lembra dos maus-bocados que passei em São João del-Rei talvez perceba que fui imunizado contra esses perrengues.
Minha primeira decepção com a Civilização veio rápido. Mais rápido do que minha decepção com meu alemão, ao qual metade dos interlocutores fazia questão de responder em inglês. Falo do metrô: após descer em Tegel e pegar um ônibus para a estação de Kurt Schumacher-Platz, trombei com composições tão ou mais esculhambadas do que os da Supervia; bancos, paredes e vidros pichados; maquinário relíquia quiçá dos anos de Bismarck (ou antes, do General Zollverein); estações relativamente (padrão europeu) imundas e equiparadas em feiúra a Acari/Engenheiro Rubens Paiva, de longe a mais monstrenga do nosso raquítico sistema metroviário. Curiosamente o trem urbano (S-Bahn), o análogo alemão da Supervia, é muito mais limpinho e bonito. De qualquer forma, há algo admirável: o metrô vai para todos os lugares, rede cuja extensão, no atual ritmo, só atingiremos em 3048, quando finalmente o teletransporte for inventado, e há verdadeira integração entre todos os transportes dentro da parte interior da cidade. Por exemplo, pode-se comprar (o que fiz) um bilhete mensal (Monatskarte) por 72,00 euros (e não 450 como alguns pensariam...) e viajar quantas vezes se quiser de metrô, trem, ônibus, bonde, cavalo, charrete, disco voador, pégaso, vassoura de bruxa e, por que não?, do mais avançado sistema de locomoção jamais desenvolvido, a tobata!
O mais impressionante é que não há quase nenhum controle sobre a venda dos tiquetes. Não há roletas na estação tampouco seguranças. O metrô é um buraco no chão onde se entra e vai diretamente à plataforma. Mas como se conta com o bom senso das pessoas, elas põem (se não compraram a Monatskarte) 2,10 euros e tiram seu bilhete para usarem o sistema de transporte por determinado tempo. De vez em nunca, entra um fiscal para conferir os bilhetes: quem estiver de gaiatice paga de 40 contos de multa.

Aí, vejam vocês, conversando com uns camaradas brasileiros lá no Goethe, eis o que descubro? Que um fuão não só compra os "tique" apenas vez ou outra como também achou muito bonito fumar dentro da estação. E não estamos falando de gente, em termos de instrução, tosca!

Não foi sem tupiniquim alegria que, mal chegado a Tempelhof, o bairro onde estou alojado, vi pela primeira vez a neve! Sim, é brega, eu sei. Sim, parecia alegria de debutante, eu sei. Mas, como muita coisa aqui, também a neve -- até ela, tão branquinha e pura -- decepcionou-me! Pois que a neve não passa, meus caros, de gelo de congelador ralado! E, aliás, ela é mui escrota porque gosta de se intrometer nos zóios alheios. Uepa!

Minhas expectativas quando à minha anfitriã se revelaram em parte ao avesso: em vez de morar no porão, moro no sótão (vide foto duma ensolarada manhã berlinense da lucarna dos meus aposentos). A Sr.ª (aqui, como sou estrangeiro, latino e calça-frouxa, emprego estruturas formais ao extremo) Mehl-Przibylla -- não, não tenteis pronunciá-lo... -- é uma médica homeopata e eu, com minha contumaz delicadeza, contei a resposta que havia dado à minha mãe sob a possibilidade de eu passar por um tratamento homepático de ziquiziras gástricas:





- Mas eu acredito na medicina ocidental! Quem está doente, precisa de remédio!

Mas, claro, tornado hipócrita pela força das circunstâncias, tratei de atenuar o comentário da forma que pude com meu alemão quebrado.




De forma geral, ao contrário da opinião coletiva, os "alemões" trataram-me com muita gentileza, um ou outro apenas respondendo aos meus "Entschuldigen Sie" com um seco "Nein!" ou simplesmente não falando nada. Houve até um senhor, a quem pedira informação durante minha chegada, que, vendo-me sem moedas para comprar o bilhete do metrô e não as tendo para trocar por minhas cédulas, dispôs-se de bom grado a pagar-me a passagem, mas, salvei a honra do Brasil varonil, quando cutuquei o fundo da calça e encontrei exatos 2,10 do troco do ônibus! Garanto para os de mente pecaminosa de que esse senhor, parente distante do Tarso Genro talvez, foi apenas gentil e não um pervertido interessado em garotinhos morenos...

Esteticamente a cidade não é impressionante: as fachadas são simples e nem de longe tão charmosas quanto o que restou das construções antigas de Escrotópolis. Há algo claramente obtuso nelas, sem-sal. Mas, a despeito da sensaboria, o conjunto é sumamente harmônico e o visu citadino agrada, exceto as óbvias monstruosidades como a com mais de 350 metros Berliner Fernsehturm, um supositório gigante que, cravado no meu do coração histórico da capital alemã, só poderia ter sido construída pelo megalomaníaco lado oriental. Mesmo os prédios modernos seguem, no geral, gabaritos bem delimitados (uns seis andares em média) e têm a preocupação em manter alguma coerência arquitetônica.

Ainda assim, há muitas partes degradadas, principalmente, pelo que vi, na porção leste: pichações não são infreqüentes e nalgumas ruas se encontram papéis aqui e ali. Esse último ponto merece um esclarecimento sobre o poder público na cidade: lixeiras na cidade são raríssimas, quase tão raras quanto ursos-pandas no Rio de Janeiro, e, apesar disso, não há muita porcalheira; e, após minha chegada ao aeroporto de Tegel, só vi dois policiais na rua! Ou seja, as coisas aqui conseguem funcionar sem muito Estado (certo, certo, o sistema de transporte é estatal...).

O clima produz efeitos interessantes. Embora neve, o ar é muito seco e mesmo eu, que tenho pele oleosa, sinto-me aqui um réptil. Por alguma razão que me é incógnita, mas provavelmente vinculada à baixa umidade do ar, o cheiro do sabonete não "pega" e as pontas dos meus dedos têm um odor estranho, como o de quem fica com calos ao tocar guitarra. Suar é impossível, só mesmo debaixo dos lençóis. A remoção, no entanto, da meleca é muito simplificada, uma vez que se forma no nariz tão sólida quanto uma viga.

(Pausa para esgares de nojo.)

Aos incrédulos, à polícia da higiene, declaro que tomo banho diariamente e, pasmai, frio. "O banho quente, além de debilitar os centros nervosos e propiciar histerias em mulheres e melancolia nos homens, não nos prepara para a porrada que o ar, cedo ou tarde, dá" (PHILLIP-MORRIS, Dr. John. Tratado de Medicina Moderna, 1768).

Um dia aí descrevemos a turma pseudointernacional do Instituto Goethe (quase um terço é de brasileiros...) e minhas andanças por essa sombria Berlim.

P.S.: Aqui fica meu agradecimento a Ana, que gentilmente levou este pobre homem, professor, feio, sem carro e ficando careca, ao Galeão. Agradeço também aos desocupados, digo, acompanhantes Lívia, Lenzi e Wallace.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

"Tchau, tchau, tchau, eu vou viajar"
Schiller


Faltando menos de 24 horas para partir pela primeira vez rumo a uma sociedade que conseguiu transpor o neolítico, bárbaro que sou, deixei tudo em cima da hora para organizar. A foto abaixo mostra o belíssimo estado dalgumas coisas a serem emaladas. Atenção para a cor da cultura de ácaros/travesseiro à extrema direita (!).

Hoje tirei o dia para os últimos preparativos, mas, como bom brasileiro, me dei conta de que amanhã é verdadeiramente o último dia e pelo visto só nos tique-taques finais estarei com tudo resolvido. E o que fiz hoje já fiz na tosqueira, erro de gramática no imêiol que mandei para a dona que vai me abrigar em Berlim...
Antes que alguém chie contra a futilidade dos meus comentários, como se eu esperasse dizer qualquer coisa de inteligente, engraçada ou ao menos escandalosa (a única coisa escandalosa nesta viagem é a miséria de dinheiro que levo...), declaro a todos que a função do blogue é simplesmente, em caso de meu desaparecimento, ajudar a polícia a encontrar-me boiando aí num rio, esquartejado nalguma cidade do Leste Europeu ou trancafiado num porão sendo abusado por uma família de neo-nazis sadomasoquistas com fetiche em couro (de jacaré-do-papo-amarelo -- o que é mais politicamente incorreto ainda)
E vamos que vamos, seus molambos!